“Tudo vale a pena se a alma não é pequena”, disse Fernando Pessoa.
É nesse espírito que começamos nosso blog hoje! =)
Pro nosso primeiro post escolhemos uma viagem que fizemos em família e amamos: Lisboa! Capital de Portugal e a cidade mais populosa do país, Lisboa é cheia de vida, nós adoramos.
Foram 3 dias passeando por lá e aqui contamos tudo:
Dia 1- Chegada + Baixo-Chiado + Igreja de São Nicolau + Cervejaria Baleal (Rua Madalena) + Praça do Comércio + Bairro do Rossio + Confeitaria Nacional.
Chegamos no aeroporto de Lisboa de manhã e alugamos um carro na Avis. Fomos direto pro Embaixador Hotel, onde ficamos hospedados. O hotel é muito bem localizado (400 metros da praça Marquês de Pombal e metrô) e nos deu todo o conforto para uma família de 4 pessoas.
Pegamos o metrô na Praça Marquês de Pombal (grande estadista e diplomata do reinado de D. José) e fomos pro Baixo-Chiado (10 minutos e 3 paradas depois). O transporte público em Lisboa é muito bom e não nos decepcionou. Você paga:
- €1.40 – Viagem de ida
- €2.80 – Viagem ida e volta
- €6.00 – 24 horas de viagens ilimitadas, incluindo todos os trams e ônibus de Lisboa.
Para mais informação segue o Guia de Metrô 2016, de onde nós tiramos esses números: Guia de Metro Lisboa 2016
Chegamos no Baixo-Chiado e ficamos encantadas. Esse é um bairro super charmoso, com casarios bem típicos portugueses, bem antigos. Entramos na Igreja de São Nicolau, andamos até o elevador, subimos até o nível da rua Madalena (sim, você vai de elevador até a outra rua! Olha que máximo!) e descemos a rua até encontrar a tradicional Cervejaria Baleal. Almoçamos muito bem lá, atendidas pelo simpático Seu Ferreira. Comemos: polvo ao vinagrete, pão delicioso (somos uma família apaixonada por pães), sapateira (patas de caranguejo) e bolinhos de bacalhau, tudo muito saboroso! Para a nossa primeira refeição portuguesa nós demos nota 1000.


Depois do almoço passeamos pela rua Augusta e região: vimos o Arco, as lojas, e a Praça do Comércio.
A Praça do Comércio também é muito conhecida por Terreiro do Paço, por ser localizada no que antes era Paços da Ribeira (Royal Ribeira Palace) até ser completamente destruído no terremoto de 1755. Depois do terremoto a praça foi totalmente reconstruída como parte da Baixa Pombalina, ordens do Ministro do Reino de Portugal entre 1750-1777 chamado Sebastião José de Carvalho e Melo, o Primeiro Marquês de Pombal.
O Arco e a Praça do Comércio

Fomos bem pertinho do rio Tejo, o mais extenso da península Ibérica. Antigamente via-se golfinhos frequentemente nadando no rio, mas hoje por causa da poluição eventos como esse são raridades (Uma grande pena!). No seu estuário (ambiente aquático de transição entre um rio e o mar) existe uma reserva ecológica chamada Reserva Natural do Estuário do Tejo várias espécies de aves fazem seus ninhos.
Depois de muito bater perna ainda tivemos a energia pra caminhar até o bairro do Rossio, passeando pelo elevador Santa Justa (mais um elevador maravilhoso!) e caminhando até a Praça da Figueira com o castelo de São Jorge ao alto, todo iluminado (lindo!).

Com o dia já escurecido, comemos doces de tirar o chapéu na Confeitaria Nacional (Casa Balthezar) de 1829. Não tinha como terminar o dia melhor! A Confeitaria é de uma decoração tão maravilhosa que isso só faz você querer ficar mais tempo lá e, consequentemente, comer mais docinhos.

Passeamos até o anoitecer e voltamos pro hotel de metrô. Foi um dia super cansativo e corrido para quem tinha acabado de pisar no país, mas foi o dia perfeito para se começar uma viagem inesquecível =)
Dia 2- Mosteiro dos Jerônimos + Torre de Belém + Baixo-Chiado + Bairro Alto + Rua dos Remédios (Adegas dos Fadistas)
Tomamos nosso pequeno almoço (café da manhã em Portugal) numa padaria perto do hotel, a “Balcão do Marquês”. Pedimos a merenda, que nada mais é que o nosso misto quente – pão com queijo e presunto na chapa, chocolate quente e café com leite.
Lá foi a primeira vez que entendemos a “lógica portuguesa”. Mamãe perguntou para a garçonete se eles tinham café com leite e a resposta foi não. Após um tempo, ela levou café com leite para a mesa ao lado e mamãe falou com ela “Você não tinha dito que não tinha café com leite? Você acabou de levar café com leite pra aquela mesa ali…”. A moça respondeu “Ah mas aquilo se chama galão!”. Galão nada mais é do que café com leite… Vai entender! Em outra ocasião estávamos almoçando num restaurante e perguntamos “Tem azeite?” e o garçom respondeu que tinha. Depois de um bom tempo, nada do azeite. Aí falamos “Moço, você esqueceu do azeite” e ele respondeu “Não esqueci não. Vocês perguntaram se tinha azeite, não pediram pra eu trazer”. Deu pra perceber que eles são bastante objetivos né?! hahaha
No final tudo deu certo, o café da manhã foi tão maravilhoso, mas tão maravilhoso, que queríamos voltar lá todo santo dia em que estivemos em Lisboa!

Depois do café, fomos até a praça do Marquês de Pombal e pegamos o ônibus de turismo hop on- hop off (18 euros por 2 dias de passe, por pessoa). Nós achamos essa opção bem viável, uma vez que o ônibus te dá a liberdade de conhecer todos os principais pontos turísticos da cidade, o conforto de ir sentado sempre, a visibilidade da cidade e sua arquitetura (uma coisa ruim do metrô é isso: não conseguimos ver a cidade enquanto nos locomovemos) e te poupa tempo. Sem contar os fatos interessantes que você vai escutando enquanto passa pelos lugares. Fomos nele até a parada do Mosteiro dos Jerônimos e por lá saltamos.

O mosteiro é do século XVI e um dos símbolos da nação, muito bonito! Passeamos por ali, nos jardins, perto do rio Tejo… Comemos os legítimos pastéis de Belém (finalmente!!!) ao lado do mosteiro na confeitaria Pastéis de Belém. Eles começaram a ser produzidos em 1837 e a receita “secreta” mantém-se igual até os dias de hoje. Mais sobre a história aqui: pastéis de belém.
Os pastéis de Belém são iguais aos pastéis de nata, mesma coisa. A única diferença é que chamamos os pastéis de nata feitos em Belém de pastéis de Belém e o restante de pastéis de nata. São deliciosos, sério. Só não vá pensando que o pastel de Belém se parece com um pastel tipo os nossos brasileiros, porque você vai se surpreender. O pastel mais se parece com a nossa empada do que com o nosso pastel!
Pegamos uma fila grande mas valeu a pena! Por dentro, a pastelaria é uma graça, cheia de azulejos azuis e brancos.
Mosteiro dos Jerônimos

Pegamos o ônibus de novo até a Torre de Belém, outro ícone de arquitetura da cidade. A torre, que apresenta influências islâmicas e orientais, ficou pronta em 1519 e tinha função de defesa do território. Subimos os 200 degraus até o topo, com uma vista linda pro rio Tejo e parte antiga de Lisboa.

Fomos de ônibus até a praça Marquês de Pombal e pegamos o metro até o Baixo Chiado. Sim, voltamos para lá. Adoramos aquilo ali. Andamos até a rua Santa Justa e pegamos o elevador Santa Justa até o Bairro Alto, bairro que é considerado uma extensão do Chiado. Ambos possuem muitas opções de restaurantes, cafés, boutiques e bares. Durante a noite portuguesa, o Bairro Alto fica lotado de jovens que animam a vida noturna.


Passeamos por ali e nos surpreendemos com a vida daquele lugar. Depois de muito quebrar a cabeça, escolhemos almoçar no “Cocheiro do Alentejo” um bacalhau grelhado com coentro, batatas cozidas e salada. Caminhamos até o Chiado e tomamos um café com torta de maçã no “Café à Brasileira” (imperdível!), lugar que Fernando Pessoa frequentava.
O Café é o ponto alto da Rua Garret e mesmo quem não é fã de Fernando Pessoa acaba tirando uma foto do lado da estátua dele que fica em frente ao café. O café foi aberto por Adrian Telles no século XIX para vender café brasileiro e hoje em dia é um dos pontos mais visitados pelos turistas.

Pegamos o metro até Santa Apolonia e andamos pelas ladeiras até a rua dos Remédios, onde ficam as casas mais tradicionais de fado. Finalmente iríamos conhecer o tão famoso estilo musical. Paramos na “Adega dos Fadistas”e passamos duas horas ouvindo fado ao vivo, tomando vinho e comendo chourizo e pão. Uma delícia!
Fado é um estilo de música típico de Portugal, considerado Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade. Sofreu influência dos cânticos mouros e tem por característica esse ar melancólico, uma certa tristeza. Não é o tipo de música que escutaríamos sempre, mas foi uma experiência cultural ótima, que recomendamos muito!

O dia acabou da melhor maneira possível: Curtindo a noite típica portuguesa! Com apenas dois dias de viagem podíamos dizer que Portugal ganhou nossos corações.
Dia 3- Oceanário + Castelo de São Jorge + Catedral da Sé + Cais do Porto + Baixo-Chiado (à noite)
Tomamos o pequeno almoço na padaria “Balcão do Marquês” de novo e lá fomos nós para mais um dia de turismo. Fomos de hop on-hop off até o Parque das Nações, construído para abrigar a Expo 98 numa área abandonada que foi revitalizada. E depois ao Oceanário, considerado o melhor da Europa. Como temos uma irmã bióloga, esse foi o high-light do dia!
Ficamos duas horas lá, só curtindo. E mesmo quem não é fã de ficar trancafiado dentro de museu/aquários, o Oceanário supera expectativas. Ele é dividido por oceanos: Atlântico, Pacífico, Índico, recifes da Austrália e tudo é muito dinâmico e didático. Sem contar que é uma ótima ideia para quem está viajando com crianças e excelente pedida pra um dia chuvoso!

Depois fomos de táxi ao Castelo de São Jorge (10 euros, mas economizamos bastante tempo). O castelo foi construído em meados do século 11 para defender a cidade em caso de cerco e para servir de refúgio aos aristocratas. Passeamos pelas ruínas do castelo, vimos a “câmara obscura” que é um sistema óptico de lentes e espelhos que permite ver a cidade em 360 graus (esta apresentação dura uns 20 minutos), curtimos a vista linda da cidade!
Para saber mais sobre a câmara obscura: clique aqui.

De lá, fomos até a Catedral da Sé. É impressionante! Data do século 12 e é um marco da fundação da cidade após a expulsão dos mouros.
Catedral da Sé
Em seguida, almoçamos no “Bica do Sapato”, um dos restaurantes mais famosos de Lisboa, no Cais do Porto. Super moderno, todo envidraçado, de frente pro rio Tejo. Papai e Paulinha pediram um risoto de pato que foi de lamber os beiços (“Melhor risoto de pato da vida” segundo eles) enquanto Mamãe e Pri pediram bacalhau (muito bom também!).

Fomos de metrô até o Baixo Chiado, descemos na Rua do Crucifixo, pegamos o elevador e retornamos até a Rua Garret. Como já disse, esse bairro é cheio de vida, música, jovens e não podíamos deixar de curtir a noite por lá. Fomos até o largo do chiado, em frente a praça com estátua de Fernando Pessoa para conhecer a “Padaria Portuguesa”.

Terminamos a noite comprando pastéis de nata para levar pra casa e já com o coração apertado sabendo que íamos deixar essa cidade no dia seguinte. 😦
Dia 4- Café no Café A Brasileira + Cascais
Assim que o dia começou demos uma última voltinha por Lisboa no início da manhã. Tomamos café na Confeitaria Brasileira – pela última vez – e depois partimos para Caiscais!


Pra ver nosso roteiro completo por Portugal, clique aqui.
Se estiver com mais tempo, não deixe de conhecer Caiscais e o Palácio de Queluz.
Esperamos que gostem!
Beijocas,
Pri e Paulinha
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