Continuando o relato da nossa viagem maravilhosa pela Chapada Diamantina!
Dia 1: Mucugê – Mirante da Pousada Pé de Serra e voltinha pela cidade.
Dia 2: Mucugê – Cachoeira da Fumacinha.
Dia 3: Mucugê – Poço Encantado, Poço Azul, Lapa do Bode e Igatu.
Dia 4: Mucugê – Cachoeira do Buracão, cachoeira das Orquídeas e Mirante do Campo Redondo.
Dia 5: Mucugê -> Lençóis (147 km). Museu do Garimpo e Toca do Morcego.
Dia 6: Lençóis – Gruta da Pratinha, Gruta Azul e Morro do Pai Inácio.
Dia 7: Lençóis – Gruta da Lapa Doce e Rio Mucugêzinho (Poço do Diabo).
Dia 8: Lençóis – Pantanal de Marimbus e cachoeira do Roncador.
Dia 9: Lençóis – Cachoeira do Mosquito.
Dia 10: Lençóis – Parque da Muritiba.
Lençóis é conhecida como a “capital da Chapada”, cheia de casarios antigos preservados, é um pouco maior que Mucugê e bem mais agitada! São mais opções de restaurantes e pousadas, mais lojinhas de artesanato, mais pessoas nas ruas, mais jovens, hippies… Nos fins de semana e feriados vários restaurantes tem música ao vivo e artistas de rua se apresentando. A badalação acontece mais na rua da Baderna e na rua das Pedras, e por ali os restaurantes disputam os clientes oferecendo cortesias como drinks, sucos e sobremesas pra quem fizer uma refeição no local.
Casarios coloridos de Lençóis
A badalada rua das Pedras
Nos hospedamos na pousada Vila Serrano e gostamos muito. É bem fofa, os quartos são confortáveis, limpinhos, e tem ar condicionado, o que é bom já que Lençóis fica em uma altitude mais baixa que Mucugê e faz calor de dia e de noite.
Pousada Vila Serrano
Dia 6: Fomos de carro, guiados pelo GPS do Google Maps e placas pelo caminho, até a Fazenda Pratinha. Nessa fazenda tem estacionamento e você paga uma entrada de 30 reais por pessoa pra conhecer as grutas Pratinha e Azul (sem banho) e o rio Pratinha (banho livre). Pra fazer a flutuação na Gruta Pratinha é preciso pagar mais 40 reais por pessoa, o que inclui o guia, colete salva vidas, pé de pato, lanterna, máscara e snorkel. Eu adorei fazer essa flutuação, acho que vale a pena! À medida que você vai entrando na gruta, vai ficando escuro até uma hora que não é possível enxergar nada sem lanterna. A água da gruta é cristalina, vem do lençol freático e a gruta é habitada por dois tipos de peixes, o bagre cego e barrigudinhos.

Depois de fazer a flutuação na gruta, fomos pro restaurante que tem à beira do rio Pratinha e ficamos curtindo o rio… Muito maravilhoso esse lugar! Apaixonante!

De tardinha, umas 14h30 fomos caminhando até a Gruta Azul. Esse é o melhor horário para visitar a gruta (entre 14h30 e 15h30), pois é quando os raios solares incidem direto na água, ressaltando o tom de azul. Lindo!
Gruta Azul
Saímos da fazenda Pratinha umas 15h e fomos até o Morro do Pai Inácio, famoso cartão postal da Chapada, curtir o pôr do sol! O Morro do Pai Inácio fica no município de Palmeiras a 1.120m de altitude, mas é de fácil acesso. Dos 250 metros do topo é possível avistar o Morro do Camelo, o Vale do Capão e o Morrão. É um visual bem bonito e uma maneira perfeita pra encerrar o dia! Leve um casaco porque lá em cima venta bastante.
Morro do Pai Inácio
Dia 7: Fomos de carro até a Gruta da Lapa Doce (GPS e placas no caminho) no município de Iraquara. A Gruta da Lapa Doce é considerada a terceira maior do Brasil e possui 20 km mapeados, dos quais 850 m são abertos à visitação. Antes de entrarmos na caverna, passamos pela sua grande dolina (depressão formada pelo desmoronamento de material calcário) de 72 metros de altura. O passeio é obrigatoriamente feito com um guia do local e nós pagamos 15 reais por pessoa, mas o valor depende do tamanho do grupo. Nós estávamos em um grupo de 10 pessoas (nos juntamos à uma excursão pra pagar mais barato). O passeio durou cerca de 1h e é bem tranquilo de fazer.
Gruta da Lapa Doce
De lá, nós fomos pro rio Mucugêzinho (placas no caminho em direção a Lençóis), que corre em alguns trechos sobre pedras lisas, que formam tobogãs, e poços. Antes da descida até o rio tem um restaurante e uma lojinha vendendo pedras e lembrancinhas. Assim que chegamos, demos de cara com o Poço do Pato e um restaurante onde almoçamos uma carne de sol com macaxeira. Depois do almoço fizemos uma trilha leve até o poço mais famoso, o Poço do Diabo, com uma queda d’água de 20 metros de altura. Muito lindo lá!


Dia 8: Fomos de carro até o Povoado do Remanso (no GPS do Google Maps o endereço mais próximo que encontrei foi “Estrada para comunidade do Remanso”, que nos deixou na estrada pra lá). São 18 km saindo de Lençóis. O povoado do Remanso é uma comunidade quilombola de 250 habitantes, e eles vivem basicamente da pesca e turismo. Uma vida bem simples.
Povoado Remanso
Chegando no povoado, pedimos informações sobre o passeio de canoa pelo Pantanal de Marimbus. Rapidinho nos indicaram o local, não tem como errar, e contratamos um guia por 160 reais. Fizemos o passeio de canoa pelo pantanal por aproximadamente 1h. Eu adorei! O contato com a natureza, a diversidade de pássaros e plantas, vimos uma tartaruga… Muito bom!

Paramos a canoa e fizemos uma trilha leve até a Cachoeira do Roncador. Na trilha, vimos um filhote de cascavel. Fortes emoções! ahahaha… A cachoeira é linda e tem esse nome por causa do som da cachoeira, que fica bem alto quando ela está cheia. Fomos numa época seca então não ouvimos o poderoso “ronco”.
Cachoeira do Roncador
Depois de curtir muito a cachoeira, fomos almoçar uma comida caseira feita no fogão à lenha no restaurante “O Casarão”.
Dia 9: Dia de chuva na Chapada Diamantina. Ficamos enrolando na rede da nossa varandinha pra ver se passava, mas nada… Então saímos com chuva mesmo! Fomos pra Cachoeira do Mosquito, no Complexo Turístico Fazenda Santo Antônio (placas no caminho pra lá). Pagamos 15 reais pra entrar e seguimos de carro até o mirante, um dos únicos da Chapada Diamantina com acessibilidade para cadeirantes, que podem avistar a cachoeira de lá. Pra tomar banho na cachoeira, seguimos com o carro até uma parte e depois por uma trilha de 2 km. A cachoeira tem 60 metros de queda e é bem bonita! Fomos numa época seca, então não tinham poços formados, só a queda d’água mesmo.
Cachoeira do Mosquito
Esse passeio pode ser feito junto com uma visita à Serra das Paridas, local de quatro sítios históricos repletos de pinturas rupestres. Mas não conseguimos achar o lugar, acho que só com guias mesmo.
Dia 10: O Parque da Muritiba fica bem próximo ao centrinho de Lençóis, dá até pra ir a pé dependendo de onde você estiver hospedado. A entrada é gratuita e não é necessário guia para circular por lá. Nós fizemos o circuito: Serrano, Cachoeirinha, Cachoeira da Primavera, Poço Haley e Salão das Areias Coloridas.
O Serrano é conhecido como “a prainha de Lençóis”, mas quando nós fomos o nível da água estava bem baixo e nós só passamos por ele. Em épocas de mais chuva, várias piscininhas são formadas nesse trecho e fica cheio de banhistas.

A trilha do Serrano até a Cachoeirinha é bem tranquila e rapidinho chegamos. Lá também costuma ficar cheio de banhistas nos fins de semana e feriados.
Cachoeirinha
Da Cachoeirinha até a Cachoeira da Primavera foram uns 15/20 minutos de subida na trilha. Foi a parte mais cansativa do circuito, mas ainda assim tranquilo! Fizemos até de chinelo (o que eu não recomendo porque escorrega um pouco… Mais seguro ir de tênis sempre).

De lá, fomos até o Poço Haley, o poço mais famoso do parque.

Como estava cheio, acabamos curtindo um poço menor mais acima, bem sossegados!

E por fim, encerramos o dia no Salão de Areias Coloridas, com areias em diferentes tons de rosa e marrom.
Salão de Areias Coloridas
Onde comer em Lençóis? Ali nas ruas da Baderna e das Pedras são várias opções, verdadeiros corredores gastronômicos. Por ali nós comemos um filé com espaguete ao molho gorgonzola delicioso no restaurante Maria Bonita, um crepe muito bom e bem servido no Café do Mato e ficamos viciados no brigadeiro de colher da Cafeteria São Benedito. Pra quem curte cachaças, o Fazendinha & Tal tem uma grande coleção delas, provei a batida de coco e adorei. A nossa refeição favorita foi no restaurante Gran Sasso, na rua 7 de Setembro. Eu pedi o escondidinho de banana da terra com arroz vermelho de castanhas, chips de batata doce e salada e meu marido pediu um filé mignon com arroz de brócolis e purê de abóbora. Tudo de comer fechando os olhos! Perto dali, outro restaurante muito bom é o Cozinha Aberta, onde eu comi uma moqueca vegetariana e meu marido uma massa, muito boas. Também gostamos muito do restaurante Azul (na pousada Canto das Águas), onde comemos uma moqueca de camarão divina, sem contar que o ambiente é super agradável, de frente pra uma cachoeira ao som do canto dos pássaros!
Maria Bonita
Cafeteria São Benedito

Cozinha Aberta

Dicas:
- Levar dinheiro vivo, pois alguns lugares não aceitam cartão. Mucugê tem uma agência do Banco do Brasil. Em Lençóis há uma agência do Banco do Brasil e um correspondente bancário do Bradesco. O Banco 24 Horas e o Itaú mais próximos de lá estão em Itaberaba, a 130 km pela BR 242.
- Levar nas trilhas: mochila com protetor solar, repelente, garrafa de água, um lanche, chapéu, sapatos confortáveis, roupa de banho, capa de chuva, câmera e lanterna.
- As cidades-base da Chapada Diamantina tem uma Associação de Condutores (AC) local onde você pode contratar guias credenciados, mas eles não oferecem transporte. Telefone da ACVM – Mucugê: (75)8231-1610, da ACVL – Lençóis: (75)3334-1435.
- Ter um carro facilita bastante a logística da viagem. Mas se não der pra ir com o seu carro ou alugar um lá, algumas agências de viagem incluem o transporte no passeio. Telefone da agência “Nas Alturas”: (75)3334-1054; e “Venturas e Aventuras”: (75)3334-1030.
- Pesquise os preços dos passeios turísticos. Vimos uma guia cobrando 600 reais pra levar um casal até o Pantanal de Marimbus, passeio no qual paguei 160 reais. Eles iam com o carro da agência e eu fui com o meu, mas mesmo assim… Surreal.
A Chapada Diamantina é um destino maravilhoso, pra todos os bolsos, que recomendo muito!
Gostaram das dicas? =)
Beijocas,
Pri
Apetece visitar 😀
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