Quem mora em Caruaru, no interior de Pernambuco, garante: a cidade tem a maior e melhor festa de São João do mundo! As festividades ocorrem durante o mês de junho e atraem milhares de turistas do Brasil inteiro. Em Caruaru essa é a festa mais importante e consagrou a cidade como a “Capital do Forró”. Lá você pode curtir um forró pé de serra, sertanejo, brega, grandes shows nacionais, como Zezé de Camargo e Luciano, Elba Ramalho, Wesley Safadão… Tudo isso acompanhado de canjica, bolo de milho, pé de moleque, polenta, quentão, munguzá, pipoca, salsichão… E além de boa música e comida, você ainda pode se divertir com a competição de quadrilhas e o festival de comidas gigantes. Vale a pena ir conhecer!
Um pouco da história: as festa juninas começaram em Portugal em devoção à São João, Santo Antonio e São Pedro. No Brasil, São João se tornou o santo mais popular e acabou dando nome à festa. A celebração teve início nas fazendas das zonas rurais e, na década de 70, ganhou as ruas e centros urbanos. Ao longo dos anos, a festa junina foi influenciada por outras culturas e passou a ser caracterizada pelas fogueiras, correio do amor, casamento caipira e comidas típicas.
Sobre a festa: No feriado de São João, Caruaru fica completamente lotada e uma amiga nossa que foi nessa data teve uma experiência negativa na cidade, com muito tumulto e confusão. Por isso, resolvemos ir no fim de semana anterior ao feriado e foi ótimo! Tinha bastante gente mas zero tumulto, tudo muito organizado e tranquilo.
Durante o dia, o melhor lugar pra se estar é no Alto do Moura, um bairro que fica a 7 km de distância do centro da cidade. Lá você entra em contato com a cultura do lugar, com os museus, ateliês de artesãos locais e os restaurantes de comida típica. Nessa época, alguns restaurantes funcionam como camarotes, com venda de ingressos antecipada e música ao vivo. No entanto, a maioria dos restaurantes funciona normalmente e você pode escolher na hora onde comer e curtir o dia. Algumas pessoas se fantasiam e o clima é bem divertido. O bom é passear por ali, conhecer a Casa do Mestre Vitalino, o artesanato de barro, ver as diferentes bandas que estão se apresentando, dançar um forró, comer as comidinhas das barracas espalhadas na região, almoçar a típica carne de bode… Enfim, curtir essa festa de dia.
Alto do Moura
Umas 18h nós voltamos pro hotel, tiramos um cochilo, jantamos no McDonalds do shopping e pegamos o ônibus até o Pátio do Forró.
Durante a noite, você escolhe um dos pólos pra curtir os shows. A festa é dividida em vários pólos, descentralizada pra atender toda a população. Os 6 pólos principais são: Pátio do Forró (Parque de Eventos Luiz Gonzaga), Pólo Mestre Vitalino (Alto do Moura), Pólo Juarez Santiago (Estação Ferroviária), Pólo do Repente (Estação Ferroviária), Pólo Forró do Candeeiro (Parque de Eventos Luiz Gonzaga) e Pólo das Quadrilhas (Estação Ferroviária). O Pátio do Forró é onde ocorrem os principais shows.

No palco Azulão tocava uma banda, no Pólo Estação Ferroviária acontecia a competição de quadrilhas e nesse percurso tinham várias barraquinhas de comidas, artesanato e brincadeiras (tiro ao alvo, pescaria…), bandas de forró com vários casais dançando, parquinho pras crianças, tudo decorado com bandeirinhas… Um clima bem gostoso! Ficamos por ali no início da noite, comendo, bebendo, dançando forró, vendo as quadrilhas… Foi o pedacinho da noite que eu mais gostei.
Vale a pena assistir a competição de quadrilhas que ocorre entre as cidades do estado. O tipo de quadrilha da competição é a quadrilha estilizada, que envolve toda uma produção, diferente da quadrilha matuta que é a quadrilha popular que todo mundo dança. Todas as apresentações de quadrilha estilizada da competição possuem um enredo, uma história que é encenada, coreografia, fantasias, algumas tem até cenário e, é claro, a dança. É tipo um teatro. Geralmente as histórias são em torno do casamento caipira ou envolvem o cangaço, com os personagens de Lampião e Maria Bonita. Compre uma pipoca e vá assistir que é divertido! Pelo que percebi, as melhores apresentações ficam mais pro final da competição. Então sugiro curtir as outras atrações, passear e deixar a competição de quadrilhas mais pro final.
Palco Azulão e Pólo Estação Ferroviária
Depois de curtir por ali, fomos pro palco principal no Pátio do Forró. Lá tem fila pra entrar, você passa por uma revista, mas não precisa de ingresso. Nós passeamos um pouco pelo pátio, tinha um barco viking que fiquei com vontade de ir mas desisti por causa da fila. Por ali, o clima da festa muda completamente, deixa de ser um clima familiar e romântiquinho pra ser clima de noitada. Vai uma galera bem arrumada, com salto, vestido de festa… Vira uma noitada mesmo. Ótimo pra quem tá solteiro querendo paquerar. Nós passeamos pelo pátio e depois fomos pra um camarote. Acho que o camarote vale a pena pra quem quer curtir melhor os shows, com mais tranquilidade, e também por ter banheiro.
Pátio do Forró
Agora, eu e minhas amigas pagamos um mico danado! No Rio de Janeiro e em Minas Gerais o pessoal se fantasia pras festas juninas. Geralmente o traje é uma blusa quadriculada, vestido ou saia caipira, chapéu de palha, tranças ou maria-chiquinha no cabelo e as pintinhas no rosto. Pois bem, eu como boa fluminense e minha amiga como boa mineira, vestimos as roupas típicas e chegando lá não tinha absolutamente ninguém vestido assim. Ninguém. Todo mundo de roupa normal, a não ser os dançarinos das quadrilhas! ahahaha… Mas nem ligamos! 🙂
Onde ficar? Nos hospedamos no WA Hotel Caruaru e gostamos muito. O hotel é bem limpinho e fica ligado ao shopping, o que é bem prático porque o shopping oferece ônibus até a festa de hora em hora, ida e volta, por apenas 6 reais por pessoa. Outras opções de hospedagem são: Maysa Plaza Hotel e Hotéis Village.
Onde comer? A comida típica de Caruaru é a carne de bode acompanhada de arroz, vinagrete, farofa, legumes e feijão. Pra quem quiser provar, no Alto do Moura tem o Bode Assado do Luciano e, um pouco mais afastado, tem o Restaurante da Perua. Ambos os restaurantes são bons e oferecem outras opções de comida. Lá você encontra outros tipos de restaurantes também (italiano, japonês) mas não tive a chance de ir.
Como chegar? O aeroporto mais próximo fica em Recife e quem sai de lá de carro dirige por cerca de 2h pela BR-232 até Caruaru. Diariamente saem ônibus da rodoviária de Recife até Caruaru.
Outras dicas:
- Na época das festas juninas, as temperaturas são baixas durante a noite, por isso levem calça e casaco.
- Levem dinheiro vivo, pois algumas lojas de artesanato não aceitam cartão.
- Usem os aplicativos de transporte (Uber, 99, Easy Taxi). Nós pegamos um táxi na rua, pra um percurso que não durou nem 10 minutos e o taxímetro deu 65 reais. Surreal. Não sei se o taxímetro estava adulterado ou se era o preço mesmo, mas reclamamos com o taxista que fez a corrida por 50 reais. Depois disso só andamos de Uber.
- A grande rival de Caruaru quando o assunto é festa junina é Campina Grande, na Paraíba. Eu fui conferir e, por mais que me doa dizer já que meu coração é pernambucano, gostei mais do São João de Campina Grande. Mas essa é minha visão pessoal, então recomendo que você vá nas duas festas e tire suas próprias conclusões. 🙂
Pra ver minhas dicas do São João de Campina Grande, clique aqui.
Qualquer coisa, só perguntar!
Beijos,
Pri
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